Despertar e compreender que toda a sociedade é responsável pelo futuro de crianças e adolescentes. Esta é a principal motivação do Projeto Capitães da Areia, nome inspirado na obra de Jorge Amado. O projeto tem como foco oferecer aos adolescentes em conflito uma nova perspectiva social, visando mais eficácia no cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto e de semiliberdade. Nesta sexta-feira, 6/09, o Capitães da Areia vai ser apresentado, como referência, em Foz do Iguaçu, no Paraná, em um evento que reúne corregedores gerais de justiça de todo o Brasil.
O projeto é executado por ações voluntárias de 21 policiais do 11º Batalhão de Polícia Militar, em parceria com a Vara da Infância, Fundação da Criança e do Adolescente do Maranhão e Juventude da Comarca de Timon e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social – SEMDES. As ações do Capitães da Areia são voltadas para atividades desportivas, educacionais, estímulo à profissionalização e à escolarização, cursos, palestras e reuniões com pais e responsáveis, articulando reuniões periódicas.
A Prefeitura de Timon tem uma coparticipação no projeto. “Estamos juntos no projeto, através do CREAS, que já acompanha adolescentes em liberdade assistida e, com esse projeto, o cumprimento das medidas socioeducativas acontecerão com mais qualidade e efetividade”, disse Rosário Leal, secretária da SEMDES.
A ideia é levar um novo olhar para a relação entre o policial e o adolescente apreendido. Um dos policiais voluntários é o subtenente Dantas, policial militar do 11º Batalhão/MA. Para ele, a prática esportiva estimula o crescimento corporal e intelectual e ajuda a repensar a autoestima e trabalhar todas as capacidades para se tornar um ser colaborativo para a sociedade.
Cel. Ribeiro, comandante do 11° Batalhão da Policia Militar /MA, também ressaltou a importância do projeto. “O projeto nos traz uma visão diferenciada, pois saímos da ponta, quando há apreensão, e vamos para o acolhimento desse adolescente, e assim contribuímos na redução de delitos dentro de Timon, como também a reinserção desse jovem na sociedade”.
Para o idealizador do projeto, Juiz Simeão Pereira e Silva, da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Timon, o projeto vem como uma forma de promover uma justiça mais restaurativa. “Dividido em eixos, como comunicação, esporte, profissionalização e educação, com o projeto espera-se desenvolver, de forma mais eficaz, medidas socioeducativas, fazendo com que sejam plenamente alcançadas. Pensando em uma justiça restaurativa, através dessas dinâmicas do projeto, o policial e o adolescente poderão se conhecer melhor em outros contextos”, comenta o juiz.