“Hoje, eu não tenho medo de nada”. Luiza (nome fictício), de 46 anos, é uma das muitas mulheres que passaram pelo ciclo de violência doméstica tão comum no Brasil. Moradora de Timon, Luiza participou da roda de conversa e café da manhã oferecido pela Secretaria Municipal da Mulher de Timon, que contou com a presença da Patrulha Maria da Penha, nesta sexta-feira (6).
Luiza não confiava na polícia, se assustava com ideia de denunciar o seu agressor. Desempregada e mãe de três filhos, ela teve um relacionamento que durou 14 anos. Nos últimos três anos da relação, passou a viver amedrontada dentro de casa. O companheiro passou a faltar com suas responsabilidades, e após receber cobranças, mostrou um lado que Luiza ainda não conhecia: intolerante, intimidador, e agressivo.
Luiza passou a viver um clima de tensão ao lado dos filhos. O companheiro passou a fazer propostas abusivas, além de experimentar outros tipos de drogas. O marido agrediu Luiza várias vezes, mas ela escondia da família. “Ele transmitia pavor”, lembra.
“Passei muitos anos da vida me escondendo, tive medo do julgamento da sociedade que discrimina muito as mulheres, porque colocam a culpa em nós”, desabafa Luiza.
Até que um dia, exausta da situação, que só piorava, Luiza decidiu procurar ajuda. Após fazer a denúncia na delegacia, conseguiu a medida protetiva na justiça, que opera para proteger mulheres em vulnerabilidade e que estão em situação de risco de violência.
Assim como outras mulheres presentes na roda de conversa, Luiza passou a receber apoio contínuo da Patrulha Maria da Penha em Timon, que atua com exclusividade no atendimento às mulheres vítimas de violência familiar.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), e a Secretaria Municipal da Mulher, trabalham em conjunto com a Patrulha para atender as vítimas. Além de afastar o agressor, as mulheres assistidas recebem apoio para recuperação emocional, física e psicológica e voltar a viver com dignidade.
